O presente trabalho é fruto do testemunho de Albert Jay Nock sobre as profundas alterações educacionais que ocorreram nos Estados Unidos no início do século XX — entre 1900 e 1930 — por meio da ingerência das grandes fundações filantrópicas nas políticas educacionais. 
Nock foi formado pela filosofia educacional anterior, cuja prioridade era que o estudante desenvolvesse uma compreensão geral do homem, da vida e do mundo a partir da leitura de textos clássicos sobre os mais diversos assuntos, desde poesia até política, economia, arquitetura e filosofia — a isto dava-se o nome de Grande Tradição. A partir dessa ampla visão de mundo, alicerçada em línguas antigas, matemática e poder de comunicação, o autor revela-nos a dramática estupidificação do homem através da perversão de seu sistema educacional. O leitor brasileiro poderia se perguntar em quê isto se relaciona à nossa situação atual. Para elucidar brevemente essa questão, basta apontar que a filosofia educacional ali desenvolvida foi pouco depois trazida para o Brasil pelo professor Anísio Teixeira, tomando forma documental no “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” (1932). Anísio, expoente do ideário educacional tão duramente criticado neste livro, foi discípulo direto de John Dewey, psicólogo e filósofo de grande destaque no contexto mencionado.
Por fim, percebe-se que a finalidade da educação tal como concebe essa mesma filosofia — o homem deve ser formado apenas para trabalhar — encontra-se atualmente no mundo inteiro, o que torna o conhecimento de sua origem e a compreensão de seus princípios muito útil a todos nós.