O cenário nacional está sendo abalado por notícias terríveis. Como se não bastasse o nível de insegurança que vive a população brasileira nas ruas, este medo agora se estende a um lugar que antes deveria ser um santuário intocável: as instituições de ensino.
Os atentados que vinham ocorrendo de um modo esparso mostraram, recentemente, uma recorrência semanal. E mesmo com a polícia, que vem fazendo um trabalho de prevenção, ainda assim não se dá conta de monitorar todos os estabelecimentos de ensino do país. Será que teremos que conviver com medo da violência nas escolas como um novo “normal” para o Brasil?
Um problema que escalonou
Na virada do milênio, não foram poucos que creram num fim do mundo. Talvez por uma certa ilusão midiática, ou ainda uma crença mística difundida pela religiosidade da população, já havia um certo medo de que a humanidade tinha chego ao seu fim. Não porque ela tinha evoluído o suficiente, mas sim porque, mesmo com os avanços tecnológicos e científicos tendo chegado a um auge, eles não haviam resolvido uma boa parte de problemas.
Um destes sérios problemas foi quanto à educação. No passado recente, uma questão recorrente era a falta de oportunidade para mandar as crianças às escolas. Seja por falta de mobilidade, falta de professores capazes ou ainda a quantidade de lares que tinha o costume de pôr seus filhos para trabalhar ainda na infância, eram poucos os que tinham o ensino médio completo.
Décadas depois, já nos anos 2000, a obrigatoriedade da lei forçou a escolarização das crianças, e impulsionou novos prédios e novos profissionais. Em um primeiro momento, parecia que o problema estava resolvido: as crianças estavam nas escolas.
Mas aí se verificou um novo questionamento: elas estão, de fato, aprendendo? O sucateamento da educação foi o próximo problema. Some-se a isso o bullying que já fazia vítimas, mas que adquiriu proporções gigantescas na geração dos millenials e subsequentes, e temos novamente um impasse na educação do Brasil.
A violência nas escolas faz vítimas
Parecia, portanto, que o maior problema a se enfrentar, ao tratar de educação, era a cura para o enfadonho e a indiferença que as crianças estavam tendo em relação ao que estava sendo ensinado.
De um lado, alguns pensaram em tratar o horário de ensino com mais liberdade, sem distinção do professor-aluno, sem distinção de direito dever, apenas um momento de brincadeira para uma efetiva aprendizagem.
De outro lado, temos as escolas extremamente rígidas, que focam no desempenho do jovem através de maçantes tarefas, horários desbalanceados de estudo e provas e avaliações contínuas e semanais.
Entretanto, longe de haver uma solução, outro problema foi criado: a violência nas escolas como resposta para uma série de pressões, realizadas tanto nas casas como nas instituições de ensino. Não são poucos os atentados que surgem como uma forma de retaliação. Além disso, são atos extremamente covardes, praticados na maioria contra menores incapazes de defesa ou reação, como uma forma atroz de vingança.
A busca por soluções profundas e efetivas
Qual o risco do Brasil começar a viver um novo “normal” com esses atentados de violências nas escolas? Infelizmente, não é um risco pequeno; nosso histórico de reação é lento e inefetivo. Para sanar um problema, criamos outros; e fomos levando com tranquilidade uma situação inadequada. Já são anos que bradamos uma melhora na educação do país.
A solução mais efetiva, contudo, não virá apenas de novas regulamentações e leis; ela requer uma vida diferente na sociedade, mais consciente e ética, de todas as suas camadas. É por isso que a Fides et Ratio Edições e Ensino se esforça em levar sua mensagem de educação e fé: é só com uma movimentação nas bases da família e das escolas que poderemos reivindicar um país mais seguro.
Junto com medidas paliativas que devem ser cobradas das autoridades, é preciso que não nos acostumemos com a violência nas escolas como um novo “normal”; se não lutarmos por um Brasil melhor, com mais fé, com mais responsabilidade moral, estaremos fraudando o futuro dos nossos filhos e netos.
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