Distantes dos maus tratos dos homens seculares, os missionários, em especial os jesuítas, sempre foram grandes defensores daqueles que procuravam converter. O que eles podem nos ensinar hoje, a nós, pais e educadores?
A Igreja Católica vem sendo continuamente criticada, nos últimos anos, pela catequização que promoveu junto às Grandes Navegações. Distantes dos maus tratos dos homens seculares, os missionários, em especial os jesuítas, sempre foram grandes defensores daqueles que procuravam converter. Vemos isso nas famosas reduções jesuítas, realizadas na América Latina. O que elas podem nos ensinar hoje, a nós, pais e educadores?
As reduções jesuítas
Adentrando pelo continente americano até suas extremidades, os jesuítas foram grandes impulsionadores da fé cristã. São Francisco Solano, por exemplo, caminhou toda a extensão da Cordilheira dos Andes a pé, indo apenas com seu violino aos recantos da América. Não podemos esquecer o Padre São José de Anchieta, que tanto fez pelo Brasil e sua adesão à religião católica.
Caminhando junto ao rio Prata, os jesuítas encontraram aldeias de índios que pouco tinham se desenvolvido. O alfabeto ainda era precário, o pensamento lógico pouco conceituado e as condições de vida, tanto em higiene quanto em moral, eram quase inexistentes.
Entristeciam lhes ver as atitudes com as mulheres, com as crianças e com os anciões das comunidades, e o amor por fazer a obra de Deus mais acessível àqueles pobres culturais os moveram.
Fundaram, assim, acampamentos em torno destas aldeias, ensinando, em primeiro lugar, os avanços que se verificavam na Europa. De engenharia a agronomia, os jesuítas iam ensinando os indígenas a se desenvolver melhor com a abundância de materiais que havia no Brasil. Segundo seus relatos, era quase como se a quantidade de recursos os tivesse deixado preguiçosos.
Mas de nenhum modo lhes impunha os jesuítas a que construíssem ou ao que comessem. Ensinavam-lhes as técnicas e deixava suas imaginações moldarem o resto. Assim, foi se criando um estilo diferente em cada redução jesuíta: alguns possuíam construções com longas áreas abertas, outras construções com pé direito mais alto.
Enquanto trabalhavam com eles, os jesuítas iam aprendendo seu idioma, ensinando o latim e o português ou espanhol que falavam e lhes comunicando a doçura da verdadeira religião. Não havia brigas ou maus-tratos entre os missionários, o que intrigava os indígenas.
A educação cristã origina uma cultura sadia
De construções a músicas, os indígenas puderam desenvolver seus dons e talentos como achavam melhor, o que produziu maravilhas. Até hoje, se encontram partituras de músicas para um coro que os nativos fizeram para cantar nas missas.
Ao mesmo tempo que possuíam o odor sempre santo da Igreja, também possuíam o frescor da alma de novos cristãos, tão prediletos que foram agraciados por aparições de Nossa Senhora, em especial a Virgem de Guadalupe, que chamava ao índio Juan Diego como Juanito, Juan Dieguito.
Mas o mal não podia permitir que os povos continuassem a se desenvolver com tanta graciosidade. O decreto do Marquês de Pombal expulsando os jesuítas de toda a nação e colônias portuguesas pôs fim às reduções jesuítas, e não foram poucas as que foram completamente desbastadas para que seus habitantes servissem de escravos nas grandes cidades.
Nos dias de hoje, os educadores devem se espelhar nas reduções jesuítas, que não obrigaram os indígenas a seguir a fé, mas os colocaram em contato com as maravilhas de Deus, apresentando-lhes um mundo que eles pouco concebiam. A alma humana anseia o infinito, e não são poucos os que se amarguram por não o enxergar.
Aos pais, mães, professores e professoras: aprendamos que a verdadeira educação passa pela liberdade de escolha. Mas que esta seja consciente, que não seja mentirosa ou excessiva; que venha ela acompanhada da verdadeira sabedoria, pois de nada vale ir contra o instinto humano do Absoluto. A Fides et Ratio Edições e Ensino o quer acompanhar nesta jornada de transformar a educação e resgatar os valores cristãos nas escolas e nos lares.
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